Te olho nos olhos e você reclama que te olho profundamente.
Desculpe, tudo que vivi foi profundamente.
Eu te ensinei quem sou, e você, foi me tirando os espaços entre os abraços,
resta-me apenas uma fresta.
Eu que sempre fui livre não importava o que os outros dissessem, até onde
posso ir para te resgatar?
Reclama de mim, como se ouvesse a possibilidade de eu inventar de novo.
Desculpa, se te olho profundamente, rente a pele, a ponto de ver seus ancestrais
nos seus traços, a ponto de ver a estrada muito antes de seus passos.
Eu não vou separar as minhas vitorias doa meus fracassos.
Eu não vou renunciar há mim, nenhuma parte, nenhum pedaço do meus ser, vibrante, errante,
sujo, livre, quente.
Eu quero estar vivo e permantemente te olhando profundamente.
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